Como se preparar para o vestibular: dicas e estratégias
As melhores práticas para ter sucesso nos Vestibulares!
DICAS PARA VOCÊ USAR MÚSICA NA REDAÇÃO
A música tem um papel importante na vida das pessoas. Ela pode ser usada para relaxar, divertir ou para fins terapêuticos. Além disso, essa arte pode ser uma forma de conexão entre as pessoas e até uma forma de expressão individual. Quantas canções por aí contam o sofrimento pelo qual um indivíduo passou? MUUUUUITAS, não é verdade? Esse é um exemplo de expressão! Eu sei que você está pensando: “mas eu não vou sair usando a “sofrência” nos meus textos”! Tudo bem, então vamos refletir sobre movimentos culturais relacionados a essa arte para que você possa utilizá-los nas suas redações?
A crítica é uma característica muito presente em grandes composições. Muitas músicas retratam contextos político-sociais de uma forma muito interessante, e você pode utilizá-las como exemplos em seus textos.
O movimento Tropicália, por exemplo, foi um movimento cultural brasileiro que teve sua origem na década de 1960. Ele foi liderado por artistas que desejavam – e conseguiram - criar uma nova forma de expressão artística! O tropicalismo representou não apenas uma revolução musical, mas também uma transformação cultural, que refletiu as diversas expressões artísticas que estavam se desenvolvendo naquele período histórico no Brasil.
Revolução na área musical
Em razão do contexto histórico da época (a ditadura), as músicas retratavam, em sua grande maioria, a “belezura” que era viver no Brasil. A Tropicália foi de encontro a isso, mostrando a realidade enfrentada pelo povo brasileiro e reivindicando (implícita ou explicitamente) melhores condições políticas, sociais e econômicas para o nosso país!
Esse período é constantemente cobrado em grandes vestibulares, por isso você tem a chance de enriquecer a sua redação ou as suas respostas discursivas citando alguma música que envolva esse contexto. Elas podem ser usadas em várias temáticas, por exemplo: liberdade da população, governos autoritários etc.
Confira duas músicas representativas que separamos para você!
Apesar de Você – Chico Buarque
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
(...)
Essa música, composta por Chico Buarque em 1970, é, sem dúvida alguma, um retrato da ditadura, uma crítica à censura. Chico já inicia falando que não há possibilidade alguma de discussão, o “outro” manda e pronto, “falou, tá falado”! Em “A minha gente hoje anda/Falando de lado/E olhando pro chão, viu”, ele ainda mostra como o povo se sentia, expõe o estado de espírito das pessoas. Ainda não podemos deixar de citar a esperança do autor quando diz: “Apesar de você/Amanhã há de ser outro dia”. O nosso amanhã sempre pode ser melhor!
Cálice – Chico Buarque
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
(...)
Essa música foi escrita em 1973 por Chico Buarque e Gilberto Gil, mas, em razão do seu conteúdo de denúncia e crítica social, foi censurada pela ditadura e foi lançada apenas em 1978, cinco anos depois. A palavra “Cálice” não passa de uma forma de tentar driblar a censura. Na verdade, “cálice” quer dizer CALE-SE, ou seja, “pai, afasta de mim esse cale-se”. Um pedido para que os brasileiros pudessem se expressar em paz!
Sem dúvida, podíamos ficar aqui analisando tantas outras canções! Converse com o seu professor sobre esse movimento e aprofunde-se nas questões sociais, no contexto histórico, escute músicas da época atentamente, procure os significados... essas são algumas maneiras de você enriquecer o seu repertório e arrasar na sua produção textual. Não deixe para depois!